quinta-feira, setembro 23, 2010


VAMOS À PISCINA 

Seja para nos refrescarmos um pouco ou para nadar, o bom funcionamento da piscina e a higiene da água são fundamentais para evitar infecções.


Estamos no Verão e pensamos na piscina, para que as crianças não se aborreçam em casa e – aí – aprendam a nadar. É sabido que a natação é uma excelente actividade recreativa que contribui para o desenvolvimento físico, psicológico e social, tanto das crianças como dos adultos. Mas para desfrutar da piscina e minimizar possíveis contratempos, não só é necessário evitar as quedas e acidentes, mas também conhecer as regras para prevenir algumas infecções. De facto, a manutenção inadequada da piscina (baixa concentração de cloro ou filtros em mau estado) e a falta de higiene, implicam um maior risco de adquirir doenças. Por isso, a optimização destas condições somada à colaboração dos utilizadores para prevenir a contaminação da água, é fundamental para diminuir o risco. O primeiro passo para evitar este tipo de infecções é conhecer quais são e como se transmitem. E para assegurar bons resultados, à prevenção das doenças deve somar-se também a prevenção de acidentes, como asfixia por imersão, quedas e queimaduras solares. 


QUE CHEIRO A CLORO!


Embora a natação aparente ser uma actividade segura, convém ter em conta que a piscina é um banheiro comunitário. Portanto, a água pode estar contaminada com os germes habituais da pele e do tubo digestivo, com excremento de animais ou com lixo, e causar uma variedade de doenças. Quando a água está contaminada, os microorganismos podem entrar em contacto com os olhos, os ouvidos, o nariz, a boca e os intestinos. Para prevenir a contaminação, utiliza-se cloro, que actua de forma muito eficiente, eliminando a maioria dos germes e controlando a sua multiplicação. No entanto, embora o cloro mate a maioria dos germes, alguns, tais como a Giardia, o vírus da Hepatite A e o Cryptosporidium são moderada ou altamente resistentes ao cloro, e a sua eliminação requer tempos mais prolongados. 


DO QUE PODEMOS ADOECER?


A infecção mais comum é a diarreia, que se contrai ao engolir água contaminada com os microorganismos que a produzem, que chegam à piscina através das fezes humanas ou de animais. A diarreia também se pode transmitir por elementos contaminados em redor da piscina como mesas ou cadeiras de repouso que se utilizam para mudar fraldas, ou brinquedos contaminados com mãos sujas de matéria fecal. Geralmente, as epidemias de diarreia nas piscinas produzem-se “por acidente” com matéria fecal ou contaminação da água por germes que habitam a pele de pessoas doentes. Um “acidente fecal” contém milhões de microorganismos que se podem propagar rapidamente nas piscinas que compartilham o mesmo sistema de filtragem. Quando a água está contaminada, qualquer pessoa que esteja em contacto com ela se pode infectar, dado que são necessárias pequenas quantidades de germes para produzir a doença. Por isso, se tem diarreia não se meta na piscina, nem tão pouco mergulhe os seus filhos se ainda usam fralda. Para os mais pequeninos, o ideal é colocar-lhes fatos de banho impermeáveis e ajustados ou cuequinhas de borracha, e levá-los ao banho com frequência. Do mesmo modo, se encontra matéria fecal na água, avise de imediato as pessoas responsáveis. Neste caso, deverá sair da piscina para permitir os controlos do nível de cloro e deixar que os sistemas de desinfecção actuem entre 20 a 45 minutos antes de regressar. Outras infecções menos frequentes que também se podem adquirir na água são: conjuntivites, otites, algumas dermatites e, muito excepcionalmente hepatites. 


Como protegermo-nos?

 

As crianças pequenas, as mulheres grávidas e as pessoas com as defesas diminuídas são as que têm maior risco de adoecer. Por isso, é ideal que os mais pequenos, que ainda usam fraldas, tenham uma piscina especial para eles, com um sistema de filtros independente e uma maior mudança de água para diminuir a exposição aos germes, ou então uma piscina insuflável ou de lona. Desta maneira, também se evitará que, ao compartilhar os sistemas de filtragem, as piscinas dos adultos se contaminem com a matéria fecal de outras crianças. As crianças menores de quatro anos devem, ainda assim, estar permanentemente vigiadas por um adulto que permaneça dentro da piscina para socorrê-las em caso de necessidade. Os pais devem saber que as crianças pequenas não têm consciência do perigo nem capacidade para sair da água por si mesmas, embora participem em aulas de natação.

Evitemos os acidentes

  • Controle as crianças permanentemente. Não se esqueça que elas se afogam em silêncio.
  • Tenha em conta que as crianças menores de quatro anos, embora frequentem assiduamente a piscina e possam nadar acompanhadas, são incapazes de reconhecer o perigo e de sair da água por si sós.
  • Recorde que mastigar “chiclete” ou comer na piscina, aumenta o risco de acidentes por afogamento.
  • Evite que as crianças corram dentro da piscina: poderiam escorregar ou cair na água.
  • Proteja as crianças das queimaduras solares utilizando protectores com factor de protecção alto, e recorde-se de renová-lo a cada três horas, pelo menos.

Medidas de prevenção


Milhões de pessoas utilizam a piscina todos os anos e não adoecem. Para ser efectiva, a prevenção deve complementar-se em dois planos: 

1. Condições da piscina 

  • Cloração e controle das condições químicas e bacteriológicas da água. O cloro previne a contaminação da água, actua muito eficazmente eliminando a maioria dos germes e controla a sua multiplicação.
  • Controle médico regular do pessoal assistente da piscina.
  • Higiene do lugar.
  • Controle do cumprimento das recomendações gerais por parte dos utentes.

2. Responsabilidade dos utentes 

  • Não tome banho na piscina se tem diarreia. Os germes podem transmitir-se embora não tenhamos um “acidente” na água.
  • Evite engolir água.
  • Lave as mãos com água e sabão depois de ir à casa de banho ou mudar a fralda ao bebé.
  • Avise o segurança imediatamente, se há matéria fecal na água.
  • Tome banho e banhe o seu filho com sabão antes de entrar na água da piscina.
  • Não mergulhe o seu filho na água com a fralda posta. Utilize fatos de banho impermeáveis e ajustados que evitem a perda de matéria fecal na água.
  • Leve frequentemente à casa de banho as crianças pequenas que usam fralda, sem esperar que o peçam.
  • Não mude a fralda ao seu filho perto da piscina. Faça-o no vestiário ou na casa de banho e depois lave bem as mãos.
  • Verifique se têm as vacinas em dia; caso contrário, actualize-as.
  • Consulte o médico sobre as vacinas especiais que lhe podem dar uma maior proteção.
  • Se o seu filho costuma ter otites, consulte o médico sobre as precauções que deve tomar e as actividades que pode desenvolver na piscina.
 Fonte: Sapo Família