sexta-feira, setembro 24, 2010

PISCINA PODE VIRAR CRIADOURO DO MOSQUITO DA DENGUE

 PISCINA PODE VIRAR CRIADOURO DO MOSQUITO DA DENGUE


Está mais que esclarecido pela mídia: qualquer local que possa acumular  água, pode também se tornar um foco do mosquito Aedes aegypti. "Isso inclui a piscina. Se estiver à sombra, abandonada ou malcuidada, e sem cobertura de tela fina, a piscina ‚ um perfeito criadouro", alerta o cientista Maulori Cabral, professor de microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ele explica que tela de náilon fina ou do tipo usado em janelas pode evitar a entrada de mosquitos na piscina.

Água sem tratamento é um convite ao mosquito. É nas paredes da piscina, logo acima do nível da  água, que ele deposita os seus ovos e põe, em média, de 100 a 150 minúsculos ovos que têm a casquinha bem dura. Fortemente colados à parede, os ovos resistem ali por até dois anos, à espera do contato com água para eclodirem. Quando isso finalmente acontece, em dois a três dias nascem as larvas, que permanecem no local, de cinco a sete dias, em processo de crescimento. Nesse período, elas respiram e se alimentam dos resíduos orgânicos microscópicos presentes no ambiente.

"Quando a piscina não é limpa e clorada com periodicidade regular, pelo menos com o residual de cloro necessário, passa a ser um verdadeiro foco de mosquito no domicílio, além da dispersão em todo o bairro'', explica a educadora em saúde pública Lúcia Taveira.

Mas só o uso do cloro como forma de combate não garante 100% de eficiência, embora ajude a impedir a proliferação das larvas. Como explica o informe divulgado pela Secretaria Estadual de Vigilância em Saúde, o produto, volátil, tem prazo de duração e eficiência variáveis porque o calor do sol o faz evaporar-se da piscina, diminuindo a proteçãoo contra o inseto. Portanto, as pessoas não podem achar que só o uso do produto vai evitar a dengue. É preciso observar diariamente o residual de cloro ativo presente na  água e mantê-lo nos padrões recomendados, inclusive, por lei, no caso de piscinas públicas.

De acordo com a Norma Técnica Especial (NTE), que complementa o artigo 124 do Decreto 12.342, de 27 de setembro de 1978, o cloro residual dever  estar compreendido entre 0,5 mg/l e 0,8 mg/l de cloro disponível. É bom saber, porém, que as piscinas de uso familiar, embora não mencionadas na referida lei, poderão ser inspecionadas pela autoridade sanitária, sempre que razões de saúde pública o recomendarem.

Outra ação importantíssima para a piscina não se tornar um criadouro é a limpeza das bordas. "É necessário passar a vassoura ou bucha nas bordas da piscina para descolar os ovos do Aedes aegypti que possam estar grudados. Quando a piscina está  adequadamente tratada e limpa, a fêmea não deposita os seus ovos'', alerta a educadora.

Ainda segundo Lúcia Taveira, no período do verão, principalmente quando o uso é mais freqüente, as piscinas devem receber tratamento e filtragem adequados, cumprindo-se rigorosamente as orientações dos fabricantes.

"A filtragem deve ser diaria por um per¡odo de oito horas. Além disso, deve-se realizar uma boa escovação e peneirar, cuidadosamente a água, removendo-se as folhas e outros materiais. Tudo isso, e mais a aspiração no fundo, deve ser feita sempre que a piscina acumular muita sujeira'', orienta o encarregado técnico da Sibrape, Marcio Antonio Silva.

Como o Aedes egypti se alimenta dos resíduos contidos na água aparentemente limpa, um bom filtro é essencial para evitar a proliferação desse mosquito. O Filtro Faixa-Preta, por exemplo, além de eficiente, se destaca pela sua potência e facilidade de manuseio. O equipamento não toma tempo de quem cuida da piscina.

Quando o filtro não realiza a sua função com eficiência, e a limpeza da piscina fica a desejar, é sinal de que está chegando ao fim a vida útil do equipamento. Falhas na filtragem, perda de água e aspiração mais lenta são alertas para que o consumidor faça a troca do filtro. Em grande parte dos casos é mais compensador do que realizar reparos.

Num país tropical, em que há tantas piscinas, o problema é mais grave. Há mais de um milhão e seiscentas mil piscinas instaladas no Brasil, com novas 100 mil unidades a cada ano, segundo estimativas da Anapp, Associação Nacional de Fabricantes e Construtores de Piscinas e Produtos Afins.

Fonte: Bonde News