sexta-feira, setembro 24, 2010

HEPATITE A

 HEPATITE A

O QUE É? É uma inflamação do fígado (hepatite) causada por um vírus chamado Vírus da Hepatite A (HAV). Pelo seu modo de transmissão, esse tipo de hepatite é típico de áreas menos desenvolvidas, com más condições de higiene e falta de saneamento básico. Nesses locais, incluindo a maior parte do Brasil, predomina em crianças pequenas (2 à 6 anos), porém, indivíduos que não tiveram a doença quando crianças, podem adquiri-la em qualquer idade. 

COMO SE ADQUIRE? 
Ocorre pela via chamada fecal-oral, na maioria das vezes com fezes de pacientes contaminando a água de consumo e os alimentos. Pode ocorrer também entre pessoas que utilizam piscinas com água mal tratada e compartilham toalhas e lençóis imperceptivelmente contaminados por fezes, por exemplo.  

O QUE SE SENTE E COMO SE DESENVOLVE? 
Os sintomas iniciais são variáveis, podendo ocorrer mal estar generalizado, dores no corpo, dor na parte direita superior do abdome, dor de cabeça, cansaço fácil, falta de apetite e febre. Após, surgem, tipicamente, a coloração amarelada da mucosa e da pele, a icterícia. 

A urina fica escura, amarronzada, semelhante a chá forte ou coca-cola, e, as vezes, referida como avermelhada. As fezes claras podem ficar tão claras quanto massa de vidraceiro. Uma coceira pelo corpo (prurido) sucedida por marcas de coçadura e não antecedidas por lesões de pele ocorre em alguns casos. 

A evolução geralmente é benigna, com alívio dos sintomas em 2 a 3 semanas. A resolução total e cura ocorrem em torno de 2 meses. Durante a recuperação podem haver uma ou duas recaídas dos sintomas e das alterações dos exames, o que não prejudica a recuperação total do paciente. 

Excepcionalmente, em menos de 1% dos casos, acontece a evolução pela forma fulminante, na qual há rápida perda da função do fígado, colocando o paciente em grande risco de vida. 

Não existe forma crônica de Hepatite A, ou seja, exceto os poucos casos fatais associados à forma fulminante, o paciente fica curado, sem seqüelas e imunizado contra futuras exposições ao vírus. Cabe mencionar que muitas pessoas não apresentam sintomas e só descobrem que tiveram a doença por exames de sangue casuais. 

COMO O MÉDICO FAZ O DIAGNÓSTICO? Juntando as queixas e os achados do exame clínico, o médico suspeita do diagnóstico que é confirmado por exames de sangue onde se detectam alterações hepáticas e anticorpos da fase aguda da doença pelo vírus da Hepatite A. Alguns resultados desses exames iniciais e de seus controles podem revelar uma tendência para a forma de evolução desfavorável, a forma fulminante. 

COMO SE TRATA? Não há medicação específica. Quando necessário, usam-se remédios contra enjôo, dor e febre. Repouso estrito não é necessário, cabendo ao paciente respeitar os limites conforme sua tolerância. Não cabem restrições alimentares, a comida pode ser normal. 

Certas pessoas, devido ao mal estar e à náusea, não conseguem manter uma ingesta mínima de água e alimentos, necessitando de hidratação intravenosa. Os raros casos de Hepatite A fulminante podem necessitar de transplante de fígado como única forma de tratamento. 

COMO SE PREVINE? O vírus A é eliminado pelas fezes na fase de incubação e nos primeiros 10 dias de icterícia. As fezes contaminam as águas que, se não tratadas, ao serem usadas para lavar alimentos, utensílios e para o próprio banho levam a doença a novos indivíduos. 

É importante portanto, o uso de água tratada ou fervida para fins alimentares, além de seguir recomendações quanto a proibição de banhos em locais com água contaminada e o uso de desinfetantes em piscinas. 

Indivíduos expostos ao vírus da Hepatite A, há menos de 15 dias e ainda sem sintomas, podem ser tratados com injeção de anticorpos (imunoglobulina), tentando prevenir ou amenizar a doença. 

VACINAS 
A vacina para Hepatite A é recomendável para todas crianças a partir de 1 ano de idade e para pessoas que viajam para áreas onde a Hepatite A é muito freqüente, como o norte do Brasil e países tropicais subdesenvolvidos. Grupos de alto risco como crianças e adultos que vivem em creches, asilos ou prisões, homo e bissexuais, usuários de drogas injetáveis ou não, pacientes com doença hepática crônica, aqueles com AIDS ou doenças da coagulação também devem ser vacinados. 

A aplicação da vacina é útil em profissionais da área da saúde com potencial contato com pacientes ou material contaminado. Trabalhadores da indústria alimentícia, uma vez vacinados, evitam a transmissão do vírus através dos alimentos que preparam.

Fonte: TV ALTEROSA